quarta-feira, 3 de junho de 2015

Venda de etanol cresce 32,6% em 4 meses

Relação entre vendas de álcool e gasolina (15%-85%) passou a ser de 30% para 70%

Depois dos sucessivos aumentos no preço da gasolina e do retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), em janeiro deste ano, o consumo de etanol hidratado foi impulsionado no País. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, as vendas do biocombustível aumentaram 32,6% nos primeiros quatro meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2014. A análise foi feita com base nos dados disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). No Estado, alguns postos sentem esse efeito e já registraram incrementos no volume de etanol vendido nos últimos meses.
De acordo com o dono de posto Rafael Coelho, o volume de etanol comercializado em sua rede dobrou somente no último mês. “Antigamente, 85% das vendas era gasolina e 15%, de etanol. Hoje, podemos dizer que essa disparidade diminuiu para 70% e 30% (respectivamente)”, explicou. Apesar de o mercado ter retraído entre 5% e 10% em termos de volume, Coelho garantiu que o biocombustível se tornou mais competitivo após as elevações anunciadas pela Petrobras em 2015. Em alguns postos, as vendas chegaram a aumentar em 100%. “Se vendermos, por exemplo, 100 mil litros de gasolina, 30 mil são de etanol. Antes, quando se comercializava a mesma quantidade de gasolina, apenas 15 mil litros era de etanol”, comparou o também proprietário de posto, José Afonso Nóbrega.
Na opinião do presidente do Sindicato dos Combustíveis de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Alfredo Pinheiro Ramos, quando o Governo não faz interferência no mercado, é natural que os preços do etanol hidradato sejam mais atrativos. Esse novo cenário, segundo o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha, se concretizou após o retorno da Cide aliado à nova política de reajuste da estatal, que, depois do anúncio do seu balanço, passou a corrigir defasagens no preço do combustível em função da variação cambial. Embora os resultados sejam recebidos de forma positiva pelo setor sucroenergético, Renato Cunha frisou que “ainda falta uma política de equilíbrio na matriz dos combustíveis para o etanol, de modo que as vendas aconteçam de forma mais rápida (como está acontecendo agora) e com preços que sejam superiores aos custos de produção”.
Alguns postos chegaram a dobrar o volume de vendas
 Folha de Pernambuco

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