Foram enterradas, nessa segunda-feira (2), 12 pessoas de uma mesma família, que morreram em uma chacina, na passagem do ano, em Campinas, interior de São Paulo. Entre as vítimas estão a ex-mulher e o filho de oito anos do atirador, que acabou se matando.
Mais de mil pessoas foram ao velório prestar as últimas homenagens aos mortos da chacina. O clima entre amigos e parentes foi de comoção. “A gente não consegue entender. A gente não entende mesmo como as pessoas fazem uma coisa dessas”, lamenta a comerciante Ocione Maia dos Santos.
Às 9h os caixões começaram a sair do velório em direção ao Cemitério da Saudade. Os caixões foram saindo de dois em dois. Os primeiros a serem enterrados foram tios da ex-mulher do atirador. Antonio foi na frente. Ele perdeu cinco pessoas da família, entre elas, mulher e a filha.
Luiz batista foi um dos sobreviventes da chacina. Ele levou dois tiros, foi ao velório em uma cadeira de rodas e não tinha condições de falar. Quem falou foi o amigo que empurrava a cadeira de rodas: “Ele perdeu a mãe, a filha, quatro irmãs e sobrinhos. Tomou dois tiros, escapou por Deus”.
Sidnei de Araujo pulou o muro da casa e entrou na sala armado com uma pistola automática, atirando em todo mundo que encontrou pela frente. Em seguida, ele entrou em um quarto, onde assassinou a ex-mulher e o filho de oito anos e depois se matou.
As imagens feitas por vizinhos mostram como foi a chegada das ambulâncias e carros da polícia. Um rapaz, primo do garoto assassinado, não quer ser identificado, mas conta que estava na casa e escapou por pouco: “Ele entrou atirando igual um louco, coisa de filme. Quando eu percebi a situação, a princípio achei que não era nada, que eram fogos. Aí eu me escondi no banheiro, ele tentou arrombar a porta e não conseguiu".
O mesmo rapaz, em depoimento à polícia, disse que ouviu o atirador dizer para a ex-mulher: "Vou te matar, você tirou meu filho". Depois de um disparo, ele ouviu o filho do casal dizer: "Você matou a mamãe". Em seguida, o rapaz disse ter ouvido dois disparos.
No mesmo depoimento, ele conta que havia uma disputa judicial entre o casal por causa de indícios de que Sidnei teria abusado do filho João Victor.
Além da arma e carregadores, a polícia encontrou um gravador com o assassino. Ele deixou uma mensagem em que se desculpava por algo que iria fazer, além de frases contra a ex-mulher.
g1
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