Economizar: esta é uma palavra que define bem o dia a dia do homem e da mulher que vive no sertão nordestino. A estiagem que castiga a região há mais de quatro anos tem ensinado esse povo tão sofrido duras lições. O mês de outubro é um dos meses mais quentes do ano em Pernambuco. Cidades como Floresta e Ouricuri registraram picos de até 39º C em algumas áreas durante o feriado de Nossa Senhora Aparecida.
De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a previsão meteorológica para os três últimos meses de 2015 é desanimadora. Temperaturas elevadas com ocorrência de baixos valores de umidade relativa do ar é a perspectiva para outubro, novembro e dezembro deste ano.
O fenômeno El Niño deve agravar ainda mais a situação de seca principalmente no Sertão pernambucano. A APAC emite avisos meteorológicos de baixa umidade do ar, quando os valores ficam abaixo de 20%. Devido possíveis danos à saúde recomenda-se o acompanhamento diário das previsões do tempo.
A dona de casa Celina Antônia de Barros, 51 anos, e o filho dela, Edmilson Severiano, 22, vivem em uma casa na zona rural de Floresta, no interior de Pernambuco. Sem chuva, ela está impossibilitada de fazer plantações. O rio pajeú que passa dentro da propriedade da família está seco devido o fechamento das comportas da barragem de Serrinha.
Para a sertaneja que não abandona a sua terra, a caixa d’água plástica instalada ao lado da residência foi essencial para este momento de estiagem. “O carro pipa abastece e dá pra gente beber durante um bom tempo”, explica Celina.
Se o cantor nordestino Luiz Gonzaga estivesse vivo hoje, talvez uma das suas músicas mais famosas não existisse. O Riacho do Navio está seco e o peixe da canção não teria como nadar.
O rio Pajeú que banha vários município do Sertão de Pernambuco, como Serra Talhada, agora está completamente seco. A pouca água que ainda insiste em passar por alguns trechos é muitas vezes resultado do despejo de esgoto sem tratamento. A algaroba é a única espécie de árvore que domina o leito assoreado do rio que agoniza há anos por uma providência do governo.
A profissão de vaqueiro hoje em dia está cada vez mais difícil. O jovem Bruno Nascimento, 22 anos, lamenta a situação que encontra-se o rio Pajeú. “Ver um rio desse jeito é triste demais. Quando tinha água era muito bom. Tinha fartura e podíamos plantar roça, mas agora não dá”, comenta o jovem.
do portal bom jardim
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