Alagoas teve aumento de população carcerária, Paraíba redução
Em 2012, negros foram presos 1,5 vez mais do que brancos. Naquele ano, para cada grupo de 100 mil habitantes brancos havia 191 brancos encarcerados, enquanto que para cada grupo de 100 mil habitantes negros havia 292 presos.
Os dados estão no estudo Mapa do Encarceramento: os Jovens do Brasil, divulgado nesta quarta-feira (3) pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O levantamento foi feito pela pesquisadora Jacqueline Sinhoretto com base nos dados Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (InfoPen), do Ministério da Justiça.
“O perfil da população carcerária deixa evidente que a seletividade penal recai sobre segmentos específicos (jovens e negros), privilegiando delitos econômicos de pequena monta. A faixa etária que mais foi presa é a de 18 a 24 anos”, aponta o estudo.
A variação da taxa de encarceramento de negros no país foi de 32% entre 2007 e 2012. Já a variação do encarceramento de brancos foi de 26% no mesmo período. O estado do Acre foi o que apresentou maior aumento de presidiários negros, 175%. Enquanto no Amapá, houve redução de 23%.
Os estados com as maiores taxas de presos negros sobre a população, em 2012, são, respectivamente, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo e Acre, de acordo com o estudo.
A população prisional no Brasil é predominantemente jovem – até 29 anos –, embora a porcentagem de não jovens – maiores de 30 anos – encarcerados tenha crescido nos últimos anos. Em 2005, 96.288 presos tinham menos de 29 anos (61%) e 61.954 tinham mais de 30 anos (39%). Passados sete anos, em 2012, 266.356 presos tinham até 29 anos (54,8%) e 214.037 mais de 30 anos (44%).
Alagoas e Espírito Santo tiveram crescimento de 132% da taxa de população encarcerada jovem entre 2005 e 2012, enquanto na Paraíba e em Roraima houve redução de 11%.
AFP
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