Déborah Mesquita, 25 - (Foto: Arquivo Pessoal)
Para alguns universitários, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um fardo; para outros, no entanto, é uma oportunidade de unir o útil ao agradável. Essa foi a visão de Déborah Mesquita, 25, aluna do último período de Ciência da Computação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ao criar o projeto campeão de uma das categorias da Imagine Cup, torneio internacional promovido pela Microsoft. Ao integrar os conhecimentos de seu trabalho sobre análise de dados à proposta do campeonato, ela agradou aos jurados e, de quebra, conquistou sozinha uma das categorias do torneio e ganhou uma viagem para Seattle, nos EUA.
Responsável pela criação de um jogo infantil capaz de se adaptar ao ritmo de aprendizado de cada criança, ela conquistou o desafio Azure - Hello Cloud do campeonato e, em julho, irá representar Pernambuco durante as premiações de outras categorias do torneio. Feliz com o resultado, a universitária explica que seu objetivo ao entrar na competição foi único: o de aprender. “Meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é sobre análise de dados e quis unir as duas áreas de conhecimento para melhorar meu aprendizado”, revela a estudante.
A outra área a que Déborah se refere é o modelo de Machine Learning, campo da inteligência artificial que diz respeito ao desenvolvimento de algoritmos e técnicas de aperfeiçoamento de tarefas do computador. “Nós da UFPE já provamos que somos bons com programação em competições internacionais. A área de Machine Learning faz parte de um segmento diferente e estamos mostrando que também podemos ser bons nisso”, comenta.
Para competir no desafio, a jovem criou um jogo infantil no modelo de churn prediction, em que os programadores conseguem prever se um usuário deixará um jogo no meio da partida. Durante a criação do Super Family, brincadeira virtual que envolve operações matemáticas, ela desenvolveu um programa que se adapta à curva de aprendizado de cada criança e é moldada de acordo com o ritmo do jogador.
“No modelo de jogo proposto pelo desafio, o usuário escolhe um herói para combater um monstro. Minha solução propõe responder equações matemáticas para aumentar a probabilidade de vencer o vilão. O nível de dificuldade dessas equações varia de acordo com o ritmo e o conhecimento de cada criança, para que o usuário não ache o jogo fácil ou difícil demais e saia da partida”, explica.
De acordo com a Microsoft, essa foi a primeira edição do desafio Hello Cloud, mas já reuniu milhares de outros competidores ao redor do mundo. Os projetos dos estudantes que se inscreveram no desafio foram analisados de acordo com o potencial para impactar decisões de negócios. Critérios técnicos também influenciaram na avaliação dos games.
“Minha orientadora tinha me dito que eu estava fazendo um bom trabalho, mas fiquei surpresa quando recebi a notícia”, conta a jovem. Além de Déborah, um grupo de estudantes mineiros também participará da cerimônia de premiação da Imagine Cup. O quarteto desenvolveu um jogo que busca conscientizar, de forma lúdica, o problema da seca. Finalistas, os estudantes irão aos EUA para disputar um prêmio de 50 mil dólares.
(Fonte: G1)
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