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quarta-feira, 15 de junho de 2016
Preço do feijão bate recorde e previsão é de mais aumento
O preço do feijão vai subir consideravelmente nos próximos dias para o consumidor. Fatores climáticos levaram a uma quebra da safra nas principais regiões produtoras do País e fez o produto ficar escasso no mercado. Em alguns estabelecimentos, o feijão do tipo carioca já está em falta.
Veroni Baldissera, responsável pelo setor de compras da Agronegócio Baldissera, de Realeza, relata que houve uma quebra muito grande na safra de feijão em Goiás. Outro detalhe, segundo ele, é que a safrinha de feijão no Sudoeste foi muito menor, porque os produtores optaram pela segunda safra de soja em detrimento do feijão. “A única vantagem nesse momento é que o dólar está baixando para importar o produto da Argentina e da Bolívia”, ressalta.
Na terça-feira, 7, o preço da saca de 60 quilos de feijão carioca praticado na Bolsinha de São Paulo bateu recorde em valores reais. Conforme informações do boletim do site Bolsinha Informativos, um lote de carioca foi negociado por R$ 510 a saca. “Na lavoura, podemos dizer que a saca de 60 kg do carioca está sendo negociada a R$ 400 e o feijão preto a R$ 200.”
De acordo com ele, a tendência é que para o consumidor o quilo do carioca chegue a R$ 12 e o preto a R$ 6. Outro agravante para o brasileiro é que o governo não tem estoque de feijão. Ou seja, o aumento nas gôndolas é inevitável.
“No ano passado, eu comprei feijão carioca a R$ 10 a saca para mandar pra São Paulo para ser usado como ração. Neste ano, o mesmo produto está R$ 250. É mercadoria boa, só um pouco mais escura porque secou muito no sol”, conta Baldissera.
Não é só o feijão que sofrerá considerável aumento de preço. Com a alta da soja e do milho (R$ 82,50 e R$ 42, respectivamente, na cotação de ontem do Deral), a ração para o trato de animais também encareceu. “Tem relatos já, como em Três Barras, de frangos e suínos que estão sem comida. Com isso, o preço da carne de frango e de porco deverá passar a de bovino.”
O gerente do Ítalo Centro, Gilvane Menezes, afirma que tem feijão preto a R$ 2,99 ainda, mas isso em função do estoque do estabelecimento. “Mas temos informação que irá aumentar, por causa da redução da oferta. Na verdade, esse é mais um item que vai encarecer a cesta básica.”
O comerciante Matheus Pereira da Silva informa que tem circulado em vários supermercados e confirmou que há locais em que o preço está R$ 11. “O feijão é um produto que não pode faltar na mesa do brasileiro. O jeito é fazer um estoque em casa ou substituir a fonte de ferro na alimentação.”
Denilso Baldo, da Rede Forte, afirma que no atacado o feijão preto está custando R$ 4,50 e o feijão carioca acima de R$ 7,50. Ele também ressalta que haverá aumento no preço do arroz, em virtude da queda de 30% na produtividade no Rio Grande do Sul.
No Mano Manfroi 2, a gerente Luciani Berdoncini afirma que algumas marcas de feijão carioca já estão em falta. “Quando a população fica sabendo que terá aumento, já corre comprar, provocando falta nas prateleiras.” Conforme ela, houve um aumento de 42% no preço e ainda pode ocorrer mais porque há dificuldade de comprar.
A pesquisa da cesta básica, feita pelo curso de Ciências Contábeis da Unioeste, também constatou alta do preço do feijão preto, que é o pesquisado. A elevação ocorreu nos três municípios: Dois Vizinhos (3,79%), Francisco Beltrão (1,77%) e Pato Branco (4,38%). Segundo o boletim, a justificativa da alta de preços, observada tanto na pesquisa nacional quanto na realizada nos três municípios do Sudoeste do Paraná, está nos problemas de ordem climática. O frio no Sul e as chuvas ocorridas no Centro Sul contribuíram para reduzir a oferta do produto e para a elevação do seu preço.
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