quarta-feira, 13 de abril de 2016

Comércio do Recife espera perda de 7% para o Dia das Mães

CDL também prevê queda de 30% nas contratações durante o periodo. 
Presidente da entidade acredita que vagas podem chegar a 1.500.

Comércio no centro do Recife (Foto: Luna Markman/G1 PE)

No atual cenário de crises econômica e política do país, fica cada vez mais difícil saber onde o fundo do poço. Faltando menos de um mês para o Dia das Mães (8 de maio), a segunda data mais importante para o comércio no Brasil (atrás apenas do Natal), as previsões do setor não são nada animadoras.
A Câmara de Dirigentes Lojistas  (CDL) Recife estima uma queda de faturamento de até 7%, em relação ao mesmo período de 2015. Um dado preocupante, se for levado em conta que os empresários locais amargaram entre janeiro e fevereiro deste ano uma redução de 1,3% nas vendas de varejo.
E para quem está na fila do emprego, as notícias também não são nada animadoras. Pernambuco, que em 2015 perdeu 1,5 milhão de postos de trabalho com carteira assinada (pior situação do Nordeste), vai amargar mais estatísticas negativas. A CDL acredita que, para o Dia das Mães, o número de contratos temporários será até 30% inferior ao mesmo período de 2015.
“Acredito que as lojas, se contratarem muito, deverão chamar 1.500 pessoas. E eu digo. Se a pessoa tiver chance de  conseguir um trabalho nessa época deve agarrar. Deve mostrar que é bom, pois vai ficar”, afirma o presidente da entidade, Eduardo Catão.
Diante desse quadro, a festa das mães, caracterizadas pelos presentes, deverá ser bem tímida em termos de compras. “Acho que este vai ser o Dia das Mães da bijuteria. Só quem tem muitas condições financeiras poderá, como em alguns anos passados recentes,  levar celular novo para casa”, explica Catão.
O presidente da CDL Recife afirma que o atual quadro de inflação e desemprego vem refletindo no comércio. O número de inadimplentes atingiu um patamar bem acima do registrado até 2014, quando a economia ainda vivia sua efervescência. São 60 mil pessoas com nome inscrito em instituições como Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
“Antes, esse número era de cerca de 40 mil pessoas que compraram, não conseguiram pagar e receberam cobrança”, observou.
A situação da capital pernambucana não difere muito do resto do Brasil e do Nordeste. Catão, no entanto, faz uma observação. "O estado perdeu muito com o desmonte do Complexo Industrial de Suape, atingido pela crise na Petrobras e Operação lava-Jato, e com o fim de grandes obras, como a fábrica de carros de Goiana.  Algumas áreas do Centro estão desertas. Os shoppings estão cheios de tapumes onde funcionavam lojas”, comentou.
No Nordeste, o número de  consumidores inadimplentes chega a 15,7 milhões. A região, até agora, também apresentou a maior alta anual de inadimplência: 8,09%.
fonte:g1

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