Órgão havia determinado o recolhimento dos produtos dos mercados. Segundo a Anvisa, ficou comprovado que produto não está contaminado.
Lote de achocolatado pode voltar a ser vendido (Foto: Carlos Palmeira/G1)
O achocolatado da Itambé que havia sido recolhido do comércio poderá voltar a ser comercializado, conforme resolução publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Diário Oficial da União, que circula nesta segunda-feira (5). O recolhimento dos produtos referentes a um lote do produto e a comercialização tinham sido proibidos em todo o território nacional no último dia 29 após a morte de uma criança, no dia 25. A contaminação da bebida foi descartada.
Na resolução, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, José Carlos Magalhães da Silva Moutinho, considera o resultado de um exame divulgado na semana passada pela Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), que apontou envenenamento na bebida ingerida pelo menino Rhayron Christian da Silva Santos.
Anvisa considerou que embalagem de achocolatado ingerido por criança tinha sido adulterada (Foto: André Souza/G1) (Foto: André Souza/G1)
O laudo toxicológico também identificou que a criança morreu após ingerir a bebida que havia sido envenenada por um morador do bairro, segundo a Polícia Civil, que investigou o caso. "Foram encontradas substâncias com espectros de massas compatíveis com o inseticida Carbofurano e seu metabólico Benzofuranol. Após pesquisa pericial foi descartada a hipótese de contaminação decorrente do processo de fabricação do produto", diz o documento da Anvisa.
O lote M4 21:18 do achocolatado Itambezinho foi fabricado no dia 25 de maio deste ano e tem validade em 21 de novembro. A Anvisa ainda considerou que houve adulteração na embalagem do achocolatado ingerido pela criança. "Foi identificada a contaminação externa por meio de um furo compatível com agulha de seringa na parte lateral superior de cada embalagem".
A suspensão da resolução anterior já tinha sido anunciada na sexta-feira (2) pelo órgão.
“A Anvisa reitera que a empresa Itambé não foi responsável pelo ocorrido e que a hipótese de contaminação decorrente do processo de fabricação do produto está descartada”, diz trecho da nota divulgada nessa data.
Com a confirmação de envenenamento e com a hipótese de contaminação do produto, a Itambé publicou nota lamentando o ocorrido e afirmou que se solidariza com a dor da família.
Rhayron Christian da Silva Santos, de 2 anos, morreu no dia 25 de agosto (Foto: Arquivo pessoal)
Morte de criança
Rhayron Christian morreu uma hora após ingerir o achocolatado. A mãe, Dani Cristina dos Santos, de 26 anos, informou que ela deu a bebida ao garoto. Ela disse, ainda, que também tomou um pouco e passou mal, mas não chegou a ser internada. Um amigo da família que bebeu o achocolatado passou mal e foi hospitalizado.
A Polícia Civil informou que a bebida foi envenenada por Adônis José Negri, de 61 anos, como vingaça contra Deuel de Rezende Soares, de 27 anos, que teria furtado a casa dele. Os dois foram presos na quinta-feira (1º).
Adônis Negri (à esquerda) teria envenenado achocolatado furtado por Deuel Soares (Foto: Thainá Paz/ G1)
Segundo a polícia, tanto os suspeitos quanto a família moram no Bairro Parque Cuiabá e, após furtar o achocolatado, Deuel vendeu cinco caixinhas do produto para o pai da criança por R$ 10. O inquérito está na Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da capital, sob a responsabilidade do delegado Eduardo Botelho, e deve ser concluído em até 15 dias.
Conforme o delegado, Adônis deverá responder por homicídio qualificado e tentativa de assassinato e Deuel, por furto qualificado. Os dois foram levados para o Centro de Ressocialização de Cuiabá, antigo presídio do Carumbé. Deuel já tem condenação na Justiça por furto.
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